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O Diácono João Carlos Machado Castro será ordenado presbítero no próximo dia 19 de Julho, às 15h30, no Sameiro. A Missa de Apresentação à Comunidade (Missa Nova) está marcada para 2 de Agosto, às 16h, na igreja de Quinchães. Como preparação para este momento de graça, o Arciprestado de Fafe vai promover uma vigília de oração vocacional, no dia 17 de Julho, sexta-feira, na igreja paroquial de Quinchães, que será transmitida no facebook.
Com a Ordenação Presbiteral do Diácono João Carlos não deixamos de rezar ao Senhor da Messe para que muitos possam abrir o seu coração ao chamamento de Deus. Rezamos especialmente pelos seminaristas e pré-seminaristas do nosso arciprestado e por todos os jovens para que abram o seu coração ao chamamento e respondam com generosidade.
Todos estes momentos de oração e celebração estão sujeitos às restrições em vigor em virtude da Covid19.
Para um maior conhecimento deste jovem fafense, partilhamos as suas
respostas atualizadas às perguntas de uma entrevista antiga:
Frequentou o Seminário Menor entre 2002-2004, tendo decidido
interromper a sua caminhada vocacional.
Porém Deus não o largou, e após ter trabalhado durante seis anos, em
2012 voltou a ingressar no Seminário e retomar a sua caminhada vocacional rumo
ao sacerdócio.
1 - João, enquanto jovem, que
palavra utilizarias para definir a juventude hodierna à qual pertences?
A juventude de hoje é o “Futuro”.
A juventude é fundamental para a sociedade atual. Não que a juventude tenha
grande experiência de vida, mas é o grupo que renova, que questiona; é a
juventude que, não só se adapta mais facilmente às mudanças, como é capaz de
criar as próprias mudanças. Qualquer país que não invista na juventude, não tem
futuro.
Hoje em dia vivemos sob a
influência dos media, somos uma geração com sonhos, mas ao mesmo
tempo sofrida, pois muitas
famílias passam actualmente muitas dificuldades. Devemos reconhecer, além
disso, que os jovens de hoje, com a força e a pujança típicas da sua idade, são
portadores dos ideais que moldarão o futuro.
Os seminaristas, os religiosos e
jovens, ao iniciarem a aventura fascinante da vocação e da vida consagrada a
Cristo, são para Igreja e para o mundo um sinal de esperança. Saliente-se,
ainda, que o testemunho dos sacerdotes e o exemplo de entrega radical dos consagrados,
no meio do mundo, devem suscitar novas vocações.
2 - Tu já estiveste no
Seminário Menor. Entretanto saíste, estiveste a trabalhar e depois regressaste.
Que sinais observaste que te levaram a perceber que Deus te chamava
“novamente”?
Depois do Seminário Menor,
trabalhei seis anos no Hipermercado Pingo Doce, namorei, vivi a minha vida… mas
senti sempre a falta de qualquer coisa. Sentia-me incompleto, um vazio enorme
existia dentro de mim. Além disso, nunca deixei de ir à Eucaristia e de fazer a
minha oração pessoal, algo que, acredito, foi mantendo uma chama que continuava
a arder dentro de mim. Percebi aos poucos que a minha vida só tem sentido em
Deus e para Deus, porque “os sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da
gente”.
Ganhei coragem de aceitar
novamente o que Deus queria para mim e falei com um padre meu amigo, que me
convidou a participar em algumas tarefas na paróquia, algo que me ajudou no meu
crescimento humano e espiritual.
Por isso, esta necessidade de
servir a Deus foi-se evidenciando até que disse sim à proposta do pré-seminário
adulto, um conjunto de encontros no Seminário Maior de Braga que frequentei e
que me ajudou a esclarecer as dúvidas na minha caminhada vocacional. Passado um
ano, entrei no Seminário Maior para uma nova vida. Estou no Seminário há um
ano, durante o qual sinto que
tenho crescido imenso, tanto a
nível espiritual como humano. Sei que Deus prepara amorosamente
os jovens que abrem o coração a
Cristo, segundo o evangelho, para serem sacerdotes. Mas nem sempre os jovens
correspondem ao chamamento de Deus. No meu caso, o chamamento de Deus foi
imprevisto e surpreendente. Eu já tinha uma vida estável, mas Deus
“perseguiu-me” e eu deixei tudo para voltar a segui-Lo.
3 – Enquanto diácono e futuro
padre, qual seria a atitude que apontarias para a vida sacerdotal?
Eu apontaria não uma, mas duas
importantes: o serviço e a humildade. Na passagem bíblica em que Jesus lavou os
pés aos Apóstolos, deu-lhes o maior exemplo. Da mesma forma, hoje em dia o
sacerdote está ao serviço da comunidade. Na caminhada cristã, não pode haver
oposição entre o amar e o servir – elas devem complementar-se.
Jesus, ao longo da sua vida,
deu-nos uma grande lição de Amor, traduzida em serviço gratuito e entrega total
aos outros. Desta forma, também o sacerdote, com o seu testemunho e a sua acção
pastoral, deve ter a preocupação de envolver os jovens na vida paroquial,
tornando-se assim próximo e um bom companheiro dos jovens, que precisam de boas
referências para as suas vidas.
Mais do que discursos belos, que
também fazem falta, acredito que o serviço ao estilo humilde cativa imenso os
nossos jovens para a radicalidade do evangelho.
Deste modo, ter escolhido como
lema de ordenação “Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida pelas suas
ovelhas” (Jo 10,11), porque não há nada melhor do que dar a vida pelos
amigos, de nos gastarmos a cuidar dos outros.
4 - Que mensagem gostarias de
deixar aos jovens do Arciprestado de Fafe, que ainda discernem a sua vocação?
A mensagem que gostaria de deixar
aos jovens do Arciprestado de Fafe é: «não tenhais medo» de abrir o
vosso coração a Cristo e de confiar no Seu amor e na Sua Palavra, como nos
dizia S. João Paulo II. Sois convidados a ir em busca, como nos refere o Santo
Padre: «Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, vão; mas disse: “Ide
e fazei discípulos entre todas as nações”. Porque “os que confiam no Senhor
serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre»
(Sl. 125, 1).
A vossa felicidade está em Jesus
Cristo, que é a Verdade e a Vida, por isso colocai as vossas vidas nas Suas
mãos e tereis uma vida mais bela e verdadeira.