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CMAB | 23 Nov 2017
“Salve-se quem puder”? (nos 60 anos do fim da missão a m2)
Pe. Jorge Vilaça
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1. Há 60 anos, no dia de Páscoa do ano de 1957, o Papa Pio XII escreveu um documento chamado “o dom da fé” sobre a situação das missões católicas, particularmente em África. Por um lado marcava o fim da “especialização da missão” entregue às ordens religiosas missionárias; por outro lado, desafiava todos os cristãos à missão. Depois de mencionar a responsabilidade de cada Bispo por toda a Igreja – e não só pela sua diocese - o Papa menciona três formas de missão: oração, caridade-partilha, vocações. Tudo dito em relação aos dois primeiros. No que respeita à terceira forma de missão, contrariando a missão ao “metro quadrado”, do “aqui também é preciso”, invocava o modelo da “viúva pobre” do evangelho: deu pouco, mas deu o que tinha e que até lhe era necessário para a sobrevivência[1] (como será que sobreviveu esta mulher?)

2. Há 7 anos a Igreja em Portugal escreveu uma carta em que assumia: “(a missão ad gentes) não é uma perda mas um enriquecimento para a pastoral, uma ajuda às comunidades em ordem à conversão de objetivos, métodos, organização e em responder com confiança ao mal-estar que muitas vezes se experimenta”[2]. E, em 2013, quase que conseguimos ouvir o grito do Papa Francisco naquele ponto de exclamação na sua última carta: “Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” e acrescentou o que já ouvimos vezes sem conta: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.

3. No dia 02 de Dezembro, em Braga, haverá a (re)apresentação do projeto “Salama”, cooperação missionária entre as Dioceses de Braga e Pemba (Moçambique). A Paróquia de Santa Cecília de Ocua (Pemba), assumida desde 2016 pela nossa Diocese, tem 100km e 96 comunidades. Cada comunidade tem, na melhor das hipóteses, uma missa a cada meia dúzia de ANOS! Além de leigos, não haverá padres de Braga dispostos a oferecer um ano ou umas férias ao serviço esta Paróquia? Braga tem mais de 350 padres... toda a Diocese de Pemba (600km, do tamanho de Portugal) tem 16! Ah, mas “cá também é preciso!”, “também sou missionário aqui!”, “tenho tantas missas!”... Certo. Então, “salve-se quem puder”?

4. Perguntar não ofende: terminamos a semana dos seminários. “Fazei o que Ele vos disser”, foi o lema deste ano. As equipas formadoras do Seminário diocesano de Braga têm mostrado, em anos sucessivos, totalíssimo apoio aos seminaristas que queiram – nas suas férias – fazer uma experiência missionária fora do país. Continuam a não surgir candidatos. Teremos de inventar uma startup ou “salve-se quem puder”?

Artigo publicado no Suplemento Igreja Viva de 23 de novembro de 2017.


[1] Muitos outros documentos oficiais, depois disso, repisaram esta ideia (LG 23, AG 38, PO 38, RM 68, EG).

[2] CEP, “Como Eu vos fiz, fazei vós também”, Para um rosto missionário da Igreja em Portugal, n. 12.

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