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D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga | 26 Nov 2006
Maior militância no Reino de Deus
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A primeira leitura da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo coloca-nos perante a soberania eterna e universal de Cristo, Filho do Homem: “Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos e nações O serviram. O Seu poder é eterno” (Dn 7,14). A prossecução desta realeza de Cristo depende da interpretação vivencial da grande verdade do Apocalipse: “(…)fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai” (Ap 1, 6). A grande proclamação da liturgia de hoje é esta: não sendo o Seu Reino “deste mundo” como afirma o Evangelho de hoje (Jo 18,36), é, todavia, no mundo que ele se vai implantando, através da militância quotidiana de quem se assume como “sacerdote” deste rei original, diferente dos reis da terra. A observação das expressões da vida dos cristãos leva-nos a concluir pela diminuta e débil consciência de militância na consciência da maioria dos crentes. Damo-nos conta de que a prática cristã se reduz, com frequência, a certas devoções, causa e efeito duma fé herdada e traduzida em costumes que importa não abolir mas purificar. Olhar a fé como algo que activamente se recebe, como acolhimento do dom de Deus, e que inspira um dinamismo capaz de transformar o mundo, num ritmo talvez lento mas progressivo, em espaço de convivência fraterna, ainda é muito mais raro. O dia de Cristo-Rei é, para o Pastor da Arquidiocese, oportunidade para testemunhar sentida gratidão às fileiras de cristãos militantes que acreditam que o futuro e o presente da Igreja está nas suas mãos. Por outro lado, a missão que Deus me confiou não permite que deixe de olhar para outros horizontes de responsabilidade. O Bispo conhece a Diocese peregrinando pelas paróquias, sobretudo nas visitas pastorais. Aí tenho experimentado o conforto duma correspon-sabilidade partilhada. A verdade das situações obriga-me, porém, a reconhecer que esta militância, em termos de Apostolado organizado em movimentos, nem sempre tem aquela expressão que gostaria de ver. A edificação do Reino de Deus é uma tarefa comum que todos devem aceitar e os movimentos eclesiais, mais recentes ou antigos, são uma maneira de interpretar este compromisso. Numa época não distante, existiam poucos movimentos que, no entanto, encontravam uma expressão significativa nas comunidades. Cada uma delas tinha pessoas congregadas para atingirem determinados objectivos. Hoje floresce um maior número de movimentos mas parece que a sua implantação se vai concentrando, de modo que algumas paróquias não têm nenhum movimento organizado para além dos serviços paroquiais indispensáveis da catequese, liturgia e acção social. Os movimentos eclesiais são imprescindíveis para a missão da Igreja e importa que cada paróquia, na policromia dos carismas, veja como encontrar resposta, através dos movimentos, aos desafios pastorais que lhe são postos. Os movimentos devem crescer em quantidade e qualidade. A qualidade é, sem dúvida, mais decisiva que a quantidade, mas não podemos contentar-nos com núcleos residuais, que, aglutinando um reduzido número de membros, não chega a fermentar a comunidade dada a sua dimensão tão exígua. Peço, por isso, aos movimentos que sejam mais ousados e que não se fechem na auto-satisfação dum pequeno círculo. Neste apelo de reflexão comunitária para promover uma maior militância cristã, quero olhar para os muitos e variados movimentos no âmbito da família. Nunca poderemos ter uma pastoral dinamizadora da fé sem casais integrados em grupos de reflexão e acção, seguindo diversos carismas ou organizados de maneira espontânea. Também neste sector da pastoral, e consciente das dificuldades ouso afirmar que nenhuma comunidade ou grupo de comunidades se deveriam sentir dispensados da aposta na criação de tais grupos. Eles hão-de ajudar os casais a viverem a vocação matrimonial, conjugal e familiar, e a despertar para a responsabilidade pelos outros casais da comunidade. Só desta maneira estaremos a realizar o nosso Programa Pastoral, “Família Solidária”. A edificação do Reino de Cristo é o empenho e o compromisso que congrega as metas de todos os movimentos. Se a Igreja necessita de todos os movimentos, estes terão de interagir, ou seja, agir em unidade. Torna-se imperioso mostrar a beleza dum trabalho em sintonia. Os movimentos nada perdem quando se deixam animar pelo espírito de unidade. O Dia de Cristo- Rei solicita um itinerário na comunhão e para a comunhão. Celebrando esta grande Solenidade tornemo-nos suscitadores duma maior militância organizada e acreditemos que só em unidade o testemunho é credível. Neste dia, a Eucaristia é sempre, para mim, uma prece para que não gastemos as nossas energias concentrando-nos exageradamente nas nossas coisas e nas iniciativas dos nossos movimentos. A nossa opção é pelo Reino de Deus e é este que nos desafia permanentemente. Vivendo para o nosso movimento, façamo-lo pensando na universalidade do Reino e na catolicidade da Igreja. Mostremos, por isso, a alegria e a beleza de ser trabalhadores do Reino e operários da única messe - a de Cristo - e motivemos os nossos irmãos para a militância de harmonia com as suas qualidades e talentos. Se eles aderirem ao nosso carisma, tornemos o nosso movimento maior; se olharem noutros sentidos, partilhemos a alegria de quem não trabalha para si. Que Cristo, Rei do Universo e Senhor da História, possa estar presente na sociedade hodierna e que os cristãos, Seus discípulos, sejam o testemunho alegre de que vale a pena ser servos desse Rei, anunciando e construindo o Seu reino, de justiça, verdade, paz e amor. 26 de Novembro de 2006. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz
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