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D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga | 26 Nov 2006
Visitas Pastorais: graça para a mudança
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Encerramento das visitas ao Arciprestado da Póvoa de Lanhoso 26/11/2006 Ao encerrar as Visitas Pastorais, desejo oferecer, na responsabilidade de Pastor, algumas orientações a partir do Directório para o Ministério Pastoral dos Bispos. Em primeiro lugar, aí se recomenda que “concluída a visita pastoral às paróquias, é conveniente que o Bispo redija um documento que dê testemunho da visita efectuada a cada paróquia, onde recorde como decorreu a visita, avalie os compromissos pastorais e estabeleça os pontos necessários para um caminho mais empenhado da comunidade, sem deixar de referir a situação da celebração do culto, das obras de pastoral e de outras eventuais instituições pastorais”. Por outro lado, o Directório realça que a Visita Pastoral “é uma ocasião de reavivar as energias dos obreiros evangélicos, de os louvar, encorajar e consolar, como também a oportunidade de chamar todos os fiéis à renovação da sua vida cristã e a uma actividade apostólica mais intensa. A visita permite-lhe, além disso, avaliar a eficiência das estruturas e dos instrumentos destinados ao serviço pastoral, dando-se conta das circunstâncias e dificuldades do trabalho de evangelização para poder definir melhor as prioridades e os meios da pastoral orgânica”. 1 – Começo por louvar e agradecer a todos quantos, responsavelmente, se assumem como “obreiros evangélicos”, sabendo que ao lado dos párocos encontramos um número de leigos que cresce em quantidade e qualidade. Para quantos investem as suas energias na consolidação do Reino e na resposta aos novos desafios que a modernidade pós-cristã nos lança, imploramos de Deus a recompensa e exortámo-los a prosseguirem no empenho apostólico com novo ardor e entusiasmo. 2 – As visitas colocaram as comunidades paroquiais em atitude de avaliação, confrontando as suas estruturas, os seus instrumentos e métodos pastorais com as realidades da sociedade. O mundo, com todas as suas mudanças e problemas, não nos pode atemorizar. Reconhecemos e aceitamos que um mundo em transformação implica uma reinvenção contínua da pastoral. Iniciámos o percurso com o olhar dirigido a metas e horizontes novos e diferentes. Não nos podemos tranquilizar com o rotineiro e quase perpétuo modo de agir. 3 – Verificamos ser imperioso definir as prioridades e “os meios da pastoral orgânica”. A definição das prioridades não esquece as coordenadas essenciais da vida eclesial, procura antes conjugá-las numa visão harmónica que não confunde o centro com a periferia, o essencial com o acessório. Um percurso de catequese permanente na qual a “iniciação” de dez anos não pode ser opcional; uma liturgia participada e vivida na alegria da presença de Cristo Ressuscitado; uma atenção privilegiada às carências e necessidades das pessoas e sobretudo das famílias, com respostas dignas da solidariedade cristã que procurem incidir nas causas dos problemas e não apenas nos seus sintomas; um ambiente de comunhão, que é a garantia de alcançar os objectivos propostos e de prevenir interpretações individualistas e caminhos paralelos. Estas são as quatro prioridades programáticas que se confiam às comunidades como desafios a suscitar um renovado empenho e que especificam as dimensões fundamentais da missão da Igreja: anúncio (martyria), celebração (liturgia), serviço fraterno (diaconia) e comunhão (koinonia). 4 – A acção pastoral deverá ter “meios orgânicos”. Tempos houve em que a acção evangelizadora da Igreja se expressava num programa perfeitamente delineado através de determinações pastorais acolhidas por todos os pastores. Tinha-se em vista a unidade, nota característica e identificativa da Igreja, mas pela via da uniformidade. Hoje, a unidade é plural, o que supõe que valorizemos a diversidade e acolhamos a diferença como um dom que enriquece e não uma ameaça. O serviço ao bem comum é o alto objectivo que dispõe a saber perder os pontos de vista estritamente individuais. A unidade é o caminho e a meta da Igreja, a garantia da sua credibilidade e presença activa num mundo hostil: - Unidade na Igreja Diocesana onde o Bispo interpela a responsabilidade de todos e de cada um em acolher e seguir as orientações delineadas e as decisões assumidas, quase sempre, por órgãos colegiais. A minha maior alegria de Pastor reside na comunhão existencial do Bispo com os Sacerdotes, destes entre si e destes com as comunidades. - Unidade nas comunidades paroquiais onde o pároco não é a “síntese dos ministérios” mas exerce “o ministério da síntese”, ou seja, não concentra tudo em si mas antes estimula a diversidade no pensar e no agir, consciente de que o fundamental é a procura comprometida da unidade no essencial que não anula a diversidade no acidental. Os órgãos colegiais paroquiais – Conselhos Económicos e Conselhos Pastorais – são um sinal do dinamismo eclesial da paróquia. Sem eles, a paróquia não percorre os caminhos do rejuvenescimento. - Unidade no arciprestado onde as comunidades partilham a sua vida e reflectem na procura das melhores opções pastorais aceitando, sempre e com alegria, as orientações diocesanas e dando assim um testemunho que arrasta e motiva. Temos pedido que o Arciprestado seja, permanentemente, uma Unidade Pastoral no estilo, na maneira de agir e nas actividades comuns, onde as paróquias não perdem nada da sua autonomia, mas se enriquecem na complementaridade dos serviços. 5 – Sabendo que as paróquias necessitam umas das outras, os textos do Sínodo Diocesano, a que deveríamos recorrer com frequência, falam-nos das Equipas Arciprestais, que podem potenciar os talentos das paróquias e provocar um novo dinamismo na pastoral. Sabemos que equipas deveriam ser constituídas: Catequese, Liturgia, Acção Sócio-Caritativa, Família, Jovens, Vocações. Mas este é um caminho aberto que algumas comunidades têm tido dificuldades em percorrer. 6 – Como “compromissos pastorais” e “pontos necessários para um caminho mais empenhado”, desejaria apontar: - A Pastoral Familiar deverá ser o centro das nossas preocupações. Ela não se limita aos períodos de campanha sobre o aborto. Deve tornar-se um itinerário no qual as famílias têm a possibilidade de descobrirem o que elas devem ser segundo o projecto de Deus. Não basta repetir alguns temas sectoriais. Teremos de formar tendo presente a doutrina na sua globalidade. - Os Seminários devem estar sempre presentes na vida da paróquia na partilha de bens materiais mas sobretudo na oração pelas vocações. A Pastoral Vocacional não pode ser equacionada numa mera perspectiva de crise. Se testemunharmos a alegria de ser consagrados, aqui e agora, se proclamarmos o Evangelho de forma que chegue ao coração dos jovens, dos pais, das famílias, as vocações consagradas hão-de surgir. Tenhamos disto consciência e, sem dramatismos mas na confiança, criemos uma pastoral vocacional. - Os movimentos são indispensáveis para a pastoral hodierna. A Igreja vive, na hora actual, um autêntico Pentecostes com os variadíssimos carismas que o Espírito Santo inspira dando origem a movimentos. Revigoremos os que já se implantaram nas nossas comunidades e abramo-nos aos que estão a nascer. Com eles a renovação acontecerá. - O apelo à corresponsabilidade eclesial significa que acreditamos nos fiéis leigos e nos direitos e deveres de todos os baptizados. Daí que os órgãos colegiais (Conselhos Económicos e Conselhos Pastorais) devam funcionar como verdadeira e real experiência de participação e corresponsabilidade. - A inventariação, o registo, a contabilidade organizada, relativamente aos bens e ao património das comunidades, são meios indispensáveis para uma pastoral com as exigências actuais. Necessitamos, nesta área, dum agir concorde e sem medos. As Visitas Pastorais têm um carácter programático. O Bispo, não como inspector, mas semeador, confirma realidades já existentes e deixa interpelações para o futuro. Queira Deus que os frutos das visitas se tornem visíveis. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz
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