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DACS | 25 Set 2015
"Família: escola de afectos e de perdão"
Jornadas Nacionais mostraram como se vive a comunicação na família. Iniciativa reuniu dezenas de profissionais de comunicação em Fátima.
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As Jornadas Nacionais da Comunicação Social, este ano com o tema "Comunicação e Família: Partilha de Afectos", começaram ontem, dia 24 de Setembro, pelas 14h30.

A abertura da iniciativa que decorreu na Casa Domus Carmeli, em Fátima, ficou a cargo de D. Pio Alves, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. 

"Quando falamos em partilha de afectos, olhamos a família como protagonista e não como problema. Ela é alicerce, testemunho e motor de uma sociedade renovada, possível apenas com renovada comunhão".

Para D. Pio Alves, a família é a "escola do perdão" e, por isso, poderá transformar-se no pilar para a "reconstrução" de cada pessoa.

"Na reconstrução não há lugar para um dedo acusador. A comunicação de afectos é que se torna imprescindível", sublinhou. 

Família na Comunicação

 Ecclesia

 Fotografia: Ecclesia

O primeiro painel, "Família na comunicação", contou com a moderação de Ana Santos, jornalista da RTP. Rita Carvalho (jornalista do "Sol"), Tito de Morais (especialista em riscos da internet) e José Mateus (publicitário) foram os intervenientes.

A jornalista Rita Carvalho alertou para o facto de a família ser notícia sobretudo quando relacionada com aspectos menos positivos. "Quando é que a família é notícia? No arranque do ano lectivo, em matérias como o acesso aos cuidados de saúde, situações de violência doméstica, questões económicas e fiscais... E quando falamos de temas fracturantes como o divórcio ou a sexualidade." 

Rita caracterizou ainda a comunicação destes acontecimentos, "mais valorizados precisamente por serem negativos", como sendo pouco profunda e mais superficial. "A preocupação é saber quem fez o quê, a que horas, os pormenores sórdidos. Mas não há uma reflexão profunda, não vamos ao fundo das questões, a preocupação não se centra no que estava mal antes de algum episódio ter acontecido".

A jornalista lamentou ainda o facto de haver poucos interlocutores católicos capazes de falar pela "beleza da família". "É cada vez mais difícil encontrar alguém capaz de dar um testemunho pessoal, íntimo, sobre uma coisa tão bonita como é a família. E é uma pena, porque os meios de comunicação não deviam centrar-se apenas nas questões fracturantes", concluiu.

A palavra passou de seguida para Tito de Morais, cuja intervenção foi mais intimista, pautada por exemplos familiares para mostrar "a moeda de duas faces que os novos média conseguem ser".

"Como em tudo, há aspectos positivos e negativos. O que importa é minimizar riscos e ampliar vantagens". O especialista descreveu a vida da família antes e depois da internet, sublinhando que a era digital permite um conhecimento anteriormente impossível. 

"Tenho mais de cem membros na família, espalhados por doze países e quatro continentes, por várias razões. É uma família muito dispersa. Como é que antigamente nos podíamos conhecer?", perguntou.

Tito de Morais apresentou brevemente o projecto "Miúdos seguros na NET", que "ajuda famílias, escolas e comunidades a promover a utilização responsável e segura das novas tecnologias de informação e comunicação por crianças e jovens".

A José Mateus coube explicar os papéis da publicidade, actividade que descreveu como capaz de provocar acção e defender causas.

"Existe aquela ideia geral da publicidade como um incentivo ou convite ao consumismo desenfreado. Mas ela também reflecte a sociedade, está muito próxima do mundo. E é perfeitamente capaz de narrar a família ou modelos familiares". Para ilustrar a afirmação, José Mateus mostrou alguns spots publicitários e campanhas de marcas conhecidas do público em geral.

Família em comunicação

 Fotografia: DACS

O segundo painel de oradores arrancou pelas 17h30 e contou com a moderação de Elisabete Carvalho, jornalista do Apostolado da Oração.

José Gameiro, especialista em Terapia Familiar, apontou, a partir da sua experiência, os processos "complexos" de ruptura e construção de novas relações.

"As pessoas são diferentes e vivem o luto da separação de forma diferente. Mas é possível iniciar uma nova relação, mesmo com filhos fruto da união anterior. A comunicação assume uma dimensão fundamental entre todos os intervenientes", sublinhou.

Marília e Vítor Neto abordaram de seguida a "comunicação num segundo casamento". O casal casou há nove anos, Vítor pela segunda vez.

"Apaixono-me por uma pessoa que é aquilo que é pela sua história, por tudo o que passou. Isso inclui os filhos. Se tivesse conhecido o Vítor antes de os ter, se calhar não o acharia tão interessante", indicou Marília.

O casal católico, que faz parte das Equipas de Santa Isabel, explicou ainda como vive e explica aos filhos menores a impossibilidade por parte de Vítor de receber o sacramento da comunhão. Os dois sugeriram ainda pequenos truques que podem ajudar a uma boa relação entre o casal, independentemente de ser ou não uma segunda união.

A encerrar a mesa estiveram Eugénia e Fernando Magalhães, que partilharam um pouco da sua experiência enquanto pais de uma jovem com deficiência.

"A Ana fala sobretudo a linguagem do amor. Só o amor é capaz de falar a linguagem da diferença", anuíram, referindo-se à filha.

O casal deixou a assistência comovida depois de relatar algumas das experiências mais duras vividas durante os últimos anos, sublinhando, no entanto, que a convivência e o amor pela filha os ensinaram a "estar à altura dos outros". A envolvência na comunidade paroquial de Alfragide foi determinante para a sociabilização da jovem de 22 anos. 

Comunicação e família

As jornadas terminaram pelas 13h00 do dia de hoje com um debate e nova intervenção de D. Pio Alves, acompanhado pela moderação do cónego João Aguiar Campos, Director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

Antes disso, o cardeal patriarca, D. Manuel Clemente, proferiu uma conferência intitulada "Comunicação e Família".

Fotografia: Ecclesia

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou que a "pressão mediática" sobre o próximo Sínodo tem gerado expectativas irrealistas na opinião pública.

"O tema dos divorciados recasados e do acolhimento dos homossexuais foi tratado de forma quase unilateral, por isso há alguma pressão mediática no sentido de os retomar".

D. Manuel Clemente reforçou, no entanto, a ideia de que o Sínodo dos Bispos irá, sobretudo, enfatizar a centralidade da família na comunidade cristã.

As Jornadas, promovidas pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, e organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, reúnem todos os anos os responsáveis diocesanos pelo sector dos media, jornalistas e outros profissionais dos meios de comunicação social regionais e nacionais.

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