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DACS com Ecclesia | 30 Out 2015
As conclusões do Sínodo em oito palavras
Relatório final foi aprovado com "satisfação geral da assembleia no seu conjunto", de acordo com o Pe. Lombardi.
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Unidade

O Sínodo terminou no dia 24 de Outubro, com um total de 270 bispos participantes. O relatório final, votado parágrafo a parágrafo, alcançou a maioria necessária em cada um dos pontos (177). Ao longo das semanas, foram várias as intervenções – públicas, colectivas e individuais – de muitos padres sinodais que atestaram o “caminho de unidade” percorrido durante os vários dias.

 

Cardeal Odilo Pedro Scherer

“É um organismo de consulta, mas é um organismo importante, porque cada vez que se reúne o Sínodo convocado pelo Papa, o Sínodo realmente apresenta a voz da Igreja e também, digamos assim, expressa um caminho de unidade pastoral para a vida de Igreja.”

 

Patr. Stephanos

"Na Sala do Sínodo respira-se uma rica diversidade da Igreja de todo o mundo e a capacidade de dialogar uns com os outros.”

 

D. Laurent Ulrich

"Cada um diz e pensa aquilo que entende. A Igreja Católica valoriza a unidade, mas também deseja que as diferenças culturais sejam assumidas e que todos se possam expressar livremente.”

 

Cardeal Tagle

“Neste sínodo está a ser utilizado um novo método, por isso é perfeitamente natural haver um pouco de confusão. Mas ser confuso é bom!!!”

 

D. Salvador Piñeiro

“Aqui devemos falar com toda a liberdade e ouvir com toda a humildade.”

 

D. Tim Thornton

 “O que eu vejo acontecer aqui é os bispos a construírem a sua própria confiança para dizerem exactamente aquilo que querem.”

 

Horizontes

 

“Significa que procurámos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem de uma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível”. Esta foi uma das expressões utilizadas pelo Papa Francisco para explicar o que significa para a Igreja o encerramento do Sínodo.

  

Discernimento

 

Os bispos sinodais propuseram um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados recasados. O relatório sublinha que faz parte da missão dos padres o acompanhamento das pessoas no caminho do discernimento “segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo”.

O ponto número 85 foi aquele que recebeu menos votos positivos por parte dos participantes, apenas mais um do que os necessários para a maioria de dois terços. Desta secção consta um apelo para um “exame de consciência” das pessoas que se enquadram na situação descrita no que toca à forma como se relacionaram com os seus filhos e como viveram a crise conjugal. O relatório pede ainda especial atenção ao facto de ter havido ou não tentativas de reconciliação e quais os efeitos da nova relação marital sobre a restante família e comunidade católica próxima.

Revelando consciência sobre a grande diversidade de situações, o relatório aponta o discernimento pastoral como forma de acompanhar os casos, sabendo de antemão que as consequências dos actos realizados não são necessariamente as mesmas em todos os casos. O texto cita as indicações de São João Paulo II na “Familiaris Consortio”: “Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações. Há, na realidade, diferença entre aqueles que sinceramente se esforçaram por salvar o primeiro matrimónio e foram injustamente abandonados e aqueles que por sua grave culpa destruíram um matrimónio canonicamente válido. (…) Há ainda aqueles que contraíram uma segunda união em vista da educação dos filhos, e, às vezes, estão subjectivamente certos em consciência de que o precedente matrimónio irreparavelmente destruído nunca tinha sido válido”.

  

Matrimónio

 

A adequada preparação para o matrimónio foi um dos assuntos que maior destaque teve no Sínodo. Não é, por isso, de espantar que o relatório final ilustre esta necessidade.

“O matrimónio cristão não se pode reduzir a uma tradição cultural ou a uma simples convenção jurídica: é um verdadeiro chamamento de Deus que exige discernimento atento, oração constante e amadurecimento adequado”, indica o documento.

Os bispos propuseram a elaboração de “percursos formativos” que acompanhem os jovens católicos, tanto numa preparação “remota” para o casamento, que começa em cada família, como na catequese “pré-matrimonial” e a preparação “próxima” para a celebração do sacramento.

O relatório fala também numa sexualidade que “desvinculada de um projecto de amor verdadeiro”, apelando a que os percursos de educação dos jovens e dos noivos ajudem a “descobrir a beleza da sexualidade no amor”.

A responsabilização dos casais mais velhos, capazes de “acompanhar os noivos antes do casamento e nos primeiros anos da vida matrimonial, valorizando assim a dimensão ministerial conjugal”, também é tida como crucial no processo de preparação para o matrimónio.

Os participantes sinodais apresentam os primeiros anos de casamento como um “período vital e delicado” para os casais católicos, o que exige um “acompanhamento pastoral que continue após a celebração do sacramento”, com o compromisso de todas as paróquias e a ajuda de “casais especialistas”, associações ou movimentos.

 

 

 

Discriminação

 

Um “não” redondo à discriminação contra as mulheres. É o que poderia dizer-se que subjaz do documento, que recorda os “crescentes fenómenos de violência” sobre as mulheres, incluindo nas suas casas.

“A exploração das mulheres e a violência exercida sobre o seu corpo estão muitas vezes unidas ao aborto e à esterilização forçada”, pode ler-se.

O documento apela a uma “maior valorização” da responsabilidade feminina na Igreja, com intervenção nos processos de decisão, participação no governo de algumas instituições e “envolvimento” na formação do clero, reconhecendo o papel determinante das mulheres.

Os bispos reconheceram que a dignidade da mulher precisa de ser “defendida e promovida”.

“O crescente compromisso laboral das mulheres fora de casa não encontrou uma adequada compensação num maior empenho dos homens no ambiente doméstico”, pode ler-se.

 

Economia

 

O relatório final do Sínodo da Família alerta para as políticas e sistemas económicos contrários às famílias, sobretudo os que originam pobreza e exclusão. Os bispos apelaram ao “empenho sério” das autoridades políticas na defesa da família, um “bem social primário”, com políticas que a “apoiem e encorajem”. “A hegemonia crescente da lógica do mercado, que mortifica os espaços e os tempos de uma verdadeira vida familiar, concorre para agravar discriminações, pobreza, exclusões e violência”, alertaram.

O relatório pede ainda aos políticos católicos que tenham como prioridade “a defesa da vida e da família”, a liberdade religiosa e de educação, e a “harmonização entre o tempo para o trabalho e a família”. Os bispos alertam para as consequências do inverno demográfico, fruto de uma “mentalidade contraceptiva e abortista” e promovido por “políticas mundiais de «saúde reprodutiva», que ameaça os laços entre gerações”.

O texto refere os problemas ligados à solidão, à precariedade e às formas de “exclusão social” provocadas pelo actual sistema económico, em particular no que se refere ao desemprego juvenil.

 

Acompanhamento

 

As vítimas de violência doméstica, maus-tratos e abusos sexuais não foram esquecidas no encontro dos bispos.

“A prevenção e a resposta aos casos de violência familiar exigem uma colaboração estreita com a justiça para agir contra os responsáveis e proteger adequadamente as vítimas”, sublinha a relação final.

Os padres sinodais evidenciaram também a necessidade de promover a protecção dos menores de abusos sexuais, com uma política de “tolerância zero” para estes casos. O acompanhamento de quem sofreu qualquer tipo de violência é tido como crucial.

O texto sugere um “ministério” específico nas comunidades católicas para aqueles que vivem crises matrimoniais, o “drama da separação” e para as famílias monoparentais.

Para levar a cabo esta iniciativa foram propostos “centros de escuta e mediação especializados”, em cada diocese, para ajudarem à reconciliação matrimonial.

“A experiência mostra que com uma ajuda adequada e com a acção reconciliadora da graça do Espírito Santo, uma grande percentagem das crises matrimoniais são superadas de forma satisfatória”, afirma o relatório.

 

Valores

 

Os “grandes valores” do matrimónio e da família cristã são apresentados como respostas aos anseios da humanidade num tempo de “individualismo” e “hedonismo”.

“A família baseada sobre o matrimónio do homem e da mulher é o lugar magnífico e insubstituível do amor pessoal que transmite a vida”.

O texto parte de uma análise do contexto cultural e religioso em que vivem as famílias, face a uma mudança “antropológica” em que surge o desafio da ideologia do género, que “nega a diferença e a reciprocidade natural do homem e da mulher”.

O relatório analisa em seguida as situações dos vários elementos dos agregados familiares, com atenção aos idosos e criança, aos viúvos e aos solteiros.

A família é apresentada como o “porto seguro”, a “célula fundamental” da sociedade numa época de fragmentação.

Depois de ter assinalado o ensinamento recente sobre o tema, desde o Concílio Vaticano II (1962-1965) ao pontificado do Papa Francisco, o documento conclusivo centra-se na questão da “indissolubilidade”, a qual “corresponde ao desejo profundo de amor recíproco e duradouro” que Deus “colocou no coração humano”.

Sublinhando que qualquer “ruptura” deste vínculo é “contra a vontade de Deus”, o texto alude, no entanto, às “fragilidades” de cada pessoa, pelo que a “clareza da doutrina” não pode levar a “julgamentos” que não tenham em consideração a “complexidade das diversas situações”.

“A Igreja parte das situações concretas das famílias de hoje, todas necessitadas de misericórdia, a começar pelas que mais sofrem”, referem os participantes no Sínodo.

Os responsáveis manifestaram a intenção de acompanhar “cada” família para que possa descobrir o melhor caminho para “superar as dificuldades”.

@ Vatican Television Center

Fotografia: Vatican Television Center

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