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As tensões foram agravadas pelo processo de revisão constitucional iniciado pelas autoridades políticas.
O cardeal Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de 55 anos da capital Bangui, diz que há um clima “venenoso” no país.
Conversando com Lucie Sarr, do La Croix Africa, pede “contenção” aos vários lados.
Diante desse clima sócio-político destrutivo, acho que devemos pedir moderação. Devemos também levar as pessoas a respeitarem-se umas às outras. O que está a acontecer nas redes sociais e em toda a sociedade com esras palavras de ódio que estão a ser proferidas é preocupante. Estas palavras não constroem o país. Em vez disso, precisamos de procurar palavras que unam as pessoas. O meu papel como líder religioso é pedir moderação. Dizer às pessoas para serem cuidadosas com as suas palavras, com oseu comportamento. É por isso que pensamos que aqueles que se dizem líderes, líderes políticos, devem ser avaliados pela sua escolha de palavras. Por enquanto, são apenas palavras, mas as palavras podem transformar-se em acções e incitar a matar e violar a população que já sofreu bastante.
Peço a todos, tanto ao governo quanto à oposição, que se expressem e ajam com mais moderação. Que todos assumam as suas responsabilidades e ajam pelo bem comum. Gostaria que todos nós, juntos, mandássemos uma mensagem forte que prove que queremos reconstruir o país e que o amamos. Amar a República Centro-Africana também significa amarmo-nos uns aos outros, especialmente porque os adversários podem um dia estar no poder e os que estão no poder podem encontrar-se na oposição. As diferenças políticas devem ser expressas com respeito. Todos devemos procurar preservar o essencial.
Quando este processo de revisão foi lançado pelo governo, a Plataforma de Denominações Religiosas foi acionada. Isto incluía um membro da Igreja Católica, um membro da comunidade Muçulmana e um membro das Igrejas Evangélicas. No entanto, os bispos da Igreja Católica consultaram-se e decidiram que não era apropriado enviar um representante neste momento. Por isso recusamos o convite.
É preciso voltar mais atrás para entender todo o contexto. Em 2020, ano eleitoral, os rebeldes cercaram Bangui e tomaram a maior parte das províncias. O governo estava perto de cair. Houve até tentativas iniciais de se infiltrarem. O governo convocou então a Rússia e Ruanda, países com os quais a República Centro-Africana assinou acordos bilaterais. Esses dois países enviaram soldados que vieram e, juntamente com as forças de defesa e segurança da República Centro-Africana, começaram a empurrar os rebeldes para reconquistar as províncias invadidas. Há províncias que, desde 2003, não contavam com a presença de soldados ou subprefeitos centro-africanos e outras autoridades administrativas. Isto é um facto. Agora, essas áreas têm prefeitos ou subprefeitos. Numa palavra, houve um regresso da autoridade do Estado.
Entrevista de Lucie Sarr, publicada no La Croix International a 7 de Outubro de 2022.
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