Arquidiocese de Braga -

28 outubro 2019

Arquivo do Vaticano muda de nome e deixa de ser “Secreto"

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DACS com Agência Ecclesia

O Motu Proprio indica que o original latino, ‘secretum’, remetia para a dimensão de “privado, reservado”.

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O Papa Francisco determinou hoje a mudança do nome do Arquivo do Vaticano, que abandona a denominação “Secreto” por considerar que a palavra ganhou uma carga “prejudicial” para a sua missão.

“Com as progressivas mudanças semânticas que ocorreram nas línguas modernas e nas culturas e sensibilidades sociais de diferentes nações, em maior ou menor grau, o termo Secretum, vinculado ao Arquivo do Vaticano, começou a ser mal compreendido, colorido em tons ambíguos, até negativos”, escreve o pontífice, numa carta apostólica divulgada pela Santa Sé.

A nova denominação da instituição dirigida pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça passa a ser Arquivo Apostólico do Vaticano, seguindo a mesma linha utilizada na Biblioteca.

O Motu Proprio indica que o original latino, ‘secretum’, remetia para a dimensão de “privado, reservado”.

“Tendo perdido o verdadeiro significado do termo ‘secretum’ e associando instintivamente o seu valor ao conceito expresso pela moderna palavra ‘secreto’, nalgumas áreas e ambientes, mesmo de certa importância cultural, essa expressão assumiu o sentido prejudicial de estar oculto, de não ser revelado e ser reservado para poucos”, escreve Francisco.

A mudança, acrescenta, foi pedida por bispos e colaboradores próximos, tendo sido validade pelos “superiores do mesmo Arquivo”. O documento papal reforça que a identidade da instituição passa por “servir a Igreja e a cultura”.

“A nova denominação destaca o estreito vínculo da Sé Romana com o Arquivo, uma ferramenta indispensável do ministério petrino, e ao mesmo tempo destaca a sua dependência imediata do Romano Pontífice, como já acontece em paralelo para a denominação da Biblioteca Apostólica do Vaticano”, pode ler-se.

O Arquivo do Vaticano conserva “os documentos relativos ao governo da Igreja, para antes de tudo estarem à disposição da Santa Sé e da Cúria no desempenho do próprio trabalho, e para que depois, por concessão pontifícia, possam representar para todos os estudiosos de história fontes de conhecimento, mesmo profano, daquelas regiões que há séculos estão intimamente ligadas com a vida da Igreja”.