O Papa Francisco denunciou esta quarta-feira o “escândalo” das migrações forçadas e evocou as vítimas “da guerra, do ódio e da fome” que têm de deixar a sua terra.

Na última audiência geral de 2021, o líder da Igreja Católica definiu a “migração de hoje” como um “escândalo social da humanidade” e pediu aos fiéis para pensar nas pessoas “vítimas de guerras, que querem fugir da sua terra natal e não podem” e em quem faz “esse caminho para ser livres e, tantas vezes, morre pelo caminho ou no mar”,

Francisco evocou a fuga da Sagrada Família para o Egipto e disse que os católicos devem ver em Jesus – “nos braços de José e Maria” –, cada um dos migrantes da actualidade, e rezar “por todos os migrantes, todos os perseguidos e todos aqueles que são vítimas de circunstâncias adversas, sejam elas políticas, históricas ou pessoais”

O Papa pediu que a alegria do Natal não faça esquecer “todos os que, como a Sagrada Família no Egipto, estão longe de casa e dos seus entes queridos” e desafiou as comunidades católicas a “ter a coragem de acolher, com espírito cristão de caridade e solidariedade, todos os irmãos e irmãs que tiveram de fugir da sua terra e abandonar o seu lar”.

O pontífice destacou ainda o contraste entre a “coragem” de São José e a atitude de Herodes, “símbolo de muitos tiranos de ontem e de hoje”, que mandou massacrar crianças para preservar o seu poder, descrevendo assim estas “duas faces da humanidade de sempre”.

No final da audiência, o Papa deixou votos de felicidade para 2022 e pediu para orar pelo fim da pandemia e pela paz.

“Desejo a cada um que sempre resplandeça, no vosso coração, família e comunidade, a luz do Salvador, que nos revela o rosto terno e misericordioso do Pai do Céu. Abracemos o Deus Menino, colocando-nos ao seu serviço: Ele é fonte de amor e serenidade. Ele vos abençoe com um Ano Novo sereno e feliz”, disse Francisco.