Arquidiocese de Braga -

13 maio 2023

O que Fátima nos ensina?

Fotografia DACS

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As aparições de Nossa Senhora em Fátima trazem ainda hoje, para os nossos tempos, uma mensagem de paz

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A mensagem de Nossa Senhora em Fátima fala profundamente ao coração dos portugueses, mas não só. É um itinerário de amor para o mundo todo, em especial nestes tempos de guerra. 

Neste 13 de maio, em que muitos peregrinam para celebrar as aparições da Mãe do Céu, vale recordar que o pedido pela paz é cada vez mais urgente e que a oração é a base desse encontro com Nossa Senhora, que nos conduz a Jesus.

Em março do ano passado, o Papa Francisco, da Basílica de S. Pedro, em conexão com o Santuário de Fátima, consagrou a humanidade ao Imaculado Coração de Maria. No Santuário de Fátima, estava o cardeal Konrad Krajewski. “Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz”, pedia o Santo Padre. 

Ainda na semana passada, Francisco se dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa, durante a audiência geral, pedindo que, de modo particular, rezassem o terço pedindo a paz

"No início deste mês de maio, recordo o pedido de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos: ‘Rezem o terço todos os dias pela paz no mundo e pelo fim da guerra’. Também eu vo-lo peço: rezai o terço pela paz. Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, nos ajude a construir caminhos de encontro e veredas de diálogo, e nos dê a coragem de os percorrer sem demora”, exortou o Pontífice.

A força da oração

“Nossa Senhora em Fátima, e prometeu aos pastorinhos que pela oração, pela oração do terço se pode  terminar até com as guerras”, recorda o padre Antonio José Afonso da Costa, autor do livro “Fátima, As Lições de Maria -  a Profecia, a Mensagem e o Segredo que podem trazer a paz para sua vida”.

O sacerdote explica que Nossa Senhora propõe a oração como ‘remédio’ para as discórdias, entre pessoas, entre povos. “Na medida em que nos aproximamos de Deus, somos capazes de então nos reaproximarmos uns dos outros” e  que “a nossa aproximação de Deus tem a ver sempre com a oração”, diz.,

“Então Nossa Senhora deu como ‘remédio’ para o tempo dela a oração e isso continua valendo. Depois, temos a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Nossa Senhora disse em Fátima e depois reconfirmou para a Irmã Lúcia que Deus desejava e que havia chegado a hora de se estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria”, afirma o presbítero.

Segundo ele, “o coração de Maria, como o Cardeal Ratzinger escreveu no comentário que ele fez na divulgação da terceira parte do segredo, é o coração fiel, o coração que escuta a Deus e obedece. É o coração do pobre que se confia ao Senhor, é o coração compassivo, bondoso de uma mãe”.

Ao falar dos dias de hoje, padre Antonio, diz que “nessa nossa época tão sem coração, em que os homens estão sendo envolvidos por uma superficialidade tão grande, por conta do excesso de informações que recebemos pela internet, o risco que corremos é de não ter profundidade. Não ter coração significa não ter profundidade, não ter a capacidade de, de fato, reconhecer Deus, reconhecer o outro”.

“Na realidade, me parece que Fátima é uma escola de Nossa Senhora para tempos difíceis, que não foram só os tempos em que ela apareceu, mas que continuam sendo os nossos tempos. Nessa escola de Nossa Senhora, aprendemos a ter comunhão com Deus pela oração, para que a nossa comunhão vença os conflitos entre nós. Depois, aprendemos a mergulhar no nosso próprio coração para encontrar Deus, para viver uma vida de profundidade e não uma vida de superficialidade, e para a cultivarmos com o auxílio do Espírito Santo”, ressalta.

De acordo com ele, um coração mais generoso, mais compassivo, mais bondoso é mais parecido com o coração de Maria e que, segundo a promessa de Nossa Senhora, é o coração que vai triunfar. 

“O coração que triunfa é o coração que se rende a Deus, que se abandona nas mãos de Deus, que reconhece a sua pequenez diante de Deus. Nessa escola de Maria, que é Fátima, podemos também descobrir isso. O nosso triunfo, a nossa vitória diante das adversidades do tempo, diante das adversidades da nossa vida, tem sempre a ver com a nossa rendição a Deus, com a nossa confiança em Deus”, conclui.