Arquidiocese de Braga -

13 março 2024

Via-Sacra Universitária incentiva jovens a fazerem caminho com Jesus

Fotografia DM

DM - Luísa Teresa Ribeiro

O momento de oração decorreu no Escadório do Bom Jesus

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 A Via-Sacra dos Universitários convidou, ontem à noite, dia 12, em Braga, os jovens a fazerem caminho com Jesus. O incentivo foi transmitido pelo Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, que se associou à Via-Sacra promovida pelo Departamento da Pastoral Universitária de Braga, que subiu os Escadórios do Bom Jesus.

D. José lembrou que o lema para a Quaresma é “Sempre em Caminho” e que o mote do itinerário pastoral da Arquidiocese de Braga é “Juntos no Caminho de Páscoa”.

Por isso, considerou o momento “muito significativo”, por congregar “todos aqueles que estão a convergir no mesmo caminho, para que, com Cristo, possamos ter um horizonte maior de vida e a plenitude de vida que a Cruz nos transmite”.

Recordando que a Via-Sacra foi “marcante” na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, elogiou o facto de continuar a atrair muitos jovens, com se verificou na noite fria de ontem. “Sentir esta atmosfera juvenil aqui em Braga é, para nós, um desafio grande”, disse.

“Subir os Escadórios do Bom Jesus é subir com a vida toda” porque o local é, “por si só, inspirador e constitui uma janela para ver a largo e ao longe a cidade e para lá dela”, constatou.

No entender do Prelado, a Via-Sacra convidou os universitários a deixarem o conforto das suas casas para peregrinarem juntos, promovendo o compromisso com a vida e o encontro com Cristo, “que não é para ficar longe da realidade, mas é para transformar e até transfigurar a realidade a partir do nosso próprio coração e fazendo o caminho com Jesus”.

O Arcebispo destacou que a Cruz é “a plenitude do Evangelho, porque é a plenitude da doação”, lembrando que é o símbolo da Jornada Mundial da Juventude, sinal do Cristianismo e do 5º Congresso Eucarístico Nacional, que se vai realizar em Braga, para que, com as mãos, possamos partilhar o pão e alimentar a esperança.

“Mesmo na complexidade e no tempo tão delicado do mundo em que vivemos, na sociedade em que estamos inseridos, maior a razão e a necessidade que ainda temos de percorrermos juntos o caminho com Jesus, para essa plenitude de alegria que só ele nos pode dar. O mundo dá algumas alegrias, mas não dá a alegria plena”, disse.

Examinar a vida à luz da vida de Cristo 

O diretor da Pastoral Universitária de Braga, Cónego Eduardo Duque, sustentou que, “através da Via-Sacra, ou seja, a reflexão sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo, os estudantes são desafiados a refletir sobre os seus próprios caminhos de sofrimento, sacrifício e esperança”.

“Esta experiência proporciona uma oportunidade única para os universitários examinarem as suas vidas à luz da vida de Cristo. É um apelo a abraçar a cruz das dificuldades académicas, relacionais e existenciais, compreendendo que só através do sofrimento redentor é possível alcançar a verdadeira ressurreição interior”, afirmou. 

Na sua opinião, a participação de D. José Cordeiro representa “um sinal profundo de que a Igreja, em todos os seus níveis hierárquicos, está unida nesta jornada de fé e caminhada espiritual rumo à Páscoa. O Arcebispo, como pastor principal da Igreja local, coloca-se humildemente a par dos seus universitários, lembrando que todos, independentemente do cargo ou posição, são peregrinos a caminho da Ressurreição”.

O sacerdote explicou que realizar a Via-Sacra no Bom Jesus não visou “apenas aproveitar um cenário bucólico, mas sim enraizar esta celebração no coração histórico e devocional da comunidade”. “A escolha do Bom Jesus transmite uma mensagem simbólica poderosa: a Pastoral Universitária, longe de ser uma realidade isolada, está profundamente entranhada no tecido eclesial e cultural bracarense. É uma iniciativa que se abre e se oferece a toda a comunidade, transcendendo os muros das instituições académicas”, declarou.

Neste sentido, continuou, “a realização da Via-Sacra dos Universitários no Bom Jesus é muito mais do que uma questão de localização geográfica conveniente. É um gesto carregado de significados que une fé, cultura, tradição e acolhimento, refletindo os autênticos valores da comunhão eclesial tão caros à Pastoral Universitária”.

Para o Cónego Eduardo Duque, a mensagem que emana desta Via-Sacra é “profunda e cheia de esperança, especialmente para os estudantes que possam estar a atravessar por um período de desencanto ou questionamento em relação à fé”.

A Via-Sacra transmite, nesta perspetiva, “a poderosa mensagem de que a fé não é uma fuga da realidade, mas um abraçar corajoso dos desafios e contradições da vida humana. Ela não promete respostas fáceis, mas oferece um caminho de sentido, amor e redenção mesmo diante das maiores adversidades”. 

Ao mesmo tempo, esta experiência “lembra aos jovens que eles não estão sós neste caminho”, referiu, considerando que “esta celebração comunitária torna-se, assim, um convite acolhedor para que os estudantes desanimados não tenham medo de expressar as suas inquietações ou dúvidas”.

A organização esteve a cargo da Pastoral Universitária de Braga (PUB), do Centro Académico de Braga (CAB), Centro Académico de Guimarães (CAVIM), Comunidade Shalom, movimento Opus Dei, Missionários do Espírito Santo, UCP Braga – Fratelli Tutti e Grupo de Estudantes de Timor.

Jovens convidados a viver experiência de fé autêntica

O diretor da Pastoral Universitária de Braga considera que este departamento arquidiocesano tem-se destacado por “uma abordagem particularmente jovial, criativa e comprometida no anúncio do Evangelho junto dos universitários”.

“Ao compreender as necessidades e anseios desta faixa etária, temos de nos esforçar por criar oportunidades de encontro, partilha e celebração da fé de forma contextualizada e apelativa”, referiu sobre a alegria com que a Pastoral Universitária leva a cabo as ações com a comunidade.

“As múltiplas iniciativas levadas a cabo ao longo do ano letivo, como encontros de reflexão, momentos de oração, atividades lúdico-culturais, ações solidárias e de voluntariado, entre outras, são um testemunho vivo desta pastoral incarnada e sintonizada com o ritmo dos estudantes”, explica.

“Mais do que meros eventos programáticos, cada atividade é imbuída de um profundo sentido de alegria, entusiasmo e acolhimento. Os jovens são convidados a participar por um genuíno desejo de viver uma experiência de fé autêntica, repleta de significado e capaz de tocar os seus corações inquietos”, acrescenta.

Em seu entender, “este testemunho contagiante, pautado por ações concretas que transmitem esperança, compaixão e uma mensagem positiva, é um dos grandes trunfos da Pastoral Universitária. Ela procura encarnar o Evangelho através de gestos simples, porém profundamente transformadores”.

“Creio que os estudantes veem nesta pastoral não uma instituição rígida, mas uma comunidade de fé viva, disposta a caminhar ao seu lado, partilhando as suas inquietações e sonhos, celebrando as suas conquistas e apoiando-os nos seus desafios que são sempre novos e muitos”, afirma.