
Quer dar uma ideia à Arquidiocese de Braga com o objectivo de melhorar a sua comunidade?
A Arquidiocese de Braga está empenhada, de há uns anos a esta parte, num Programa Pastoral que, decorrendo da vontade de sacerdotes e leigos, pretende concretizar uma renovação pastoral. Tenho acrescentado a este projecto o caminho da “fidelidade criativa”. Temos uma história que nos inspira, orgulha e uma doutrina que nos orienta. Sabemos também que o Espírito Santo nos conduz por caminhos novos.
É neste espírito que teremos de interpretar a Quaresma. Encerra uma tradição de conteúdos e significados. Sabemos, porém, que urge dar um sentido novo àquilo que sempre foi feito ao longo dos séculos.
Alicerçado ao espírito quaresmal, temos o que habitualmente chamamos de Contributo ou Renúncia Quaresmal. A meditação mais assídua da Palavra, aliada à experiência do jejum e abstinência, faz com que renunciemos voluntariamente, de harmonia com um programa que cada um se impõe, a coisas supérfluas ou desnecessárias. Não se trata de um mero exercício de poupança. O seu real valor reside no espírito de partilha para uma causa determinada pela Arquidiocese.
Habitualmente consulto o Conselho Episcopal, Presbiteral e Pastoral sobre o destino a dar ao dinheiro que o Contributo Penitencial recolhe. Temos sempre uma causa diocesana e outra missionária.
Para este ano, como nos últimos, determinamos como destino o “Fundo Partilhar com Esperança” e a paróquia de S. Cecília de Ocua, em Moçambique. O primeiro tem respondido a diversas situações de carência, com uma distribuição muito cuidada através de uma equipa coordenada pela Caritas Diocesana. São imensos os problemas que nos chegam, sem que, infelizmente, conseguimamos dar resposta a todos. O problema da habitação, particularmente no que concerne ao pagamento de rendas, traz-nos muitas solicitações e sempre em número crescente. Na paróquia de Ocua estamos a construir a Casa Pastoral que acolherá as Equipas Missionárias e será o centro da vida daquela paróquia (constituída por 96 comunidades). O orçamento é de 230.000,00€. Iremos, também, iniciar este ano a construção de uma escola com a ajuda de um mecenas.
Em anexo publicamos os principais dados do que se recebeu e gastou em 2019.
Apelo à comunidade arquidiocesana a que viva intensamente este espírito de renúncia e partilha. Não pedimos simples esmolas. Esperamos, em bom rigor, que os nossos hábitos e rotinas sejam postos em questão. Através de pequenos gestos restituiremos à Quaresma o espírito que sempre teve.
Que os pequenos gestos e a partilha cristã sejam catalizadores de um tempo favorável para cada um, a título individual, e para a comunidade cristã na sua dimensão missionária.
† Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz
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Como é do conhecimento da Arquidiocese, o Contributo Penitencial é distribuído pela paróquia de Sta. Cecília de Ocua e pelo Fundo Partilhar com Esperança.
Em 2019 recebemos a quantia de 117.462,31€.
Tivemos os seguintes gastos:
1. Na paróquia de Ocua:
– Foram enviados 102.841,94€, sendo 60.000€ para a construção da Casa Pastoral.
– Tivemos, ao longo do ano, dois seminaristas no Seminário Conciliar e, a partir de Setembro do mesmo ano, o número cresceu para quatro. Pagamos em alojamento e propinas da Universidade a quantia de 21.496,01€.
– As despesas com o funcionamento do Centro Missionário ascenderam a 2.799,00€.
– Tivemos um donativo de uma empresa no valor de 7.200,00€.
Tudo contabilizado, dá o valor de 119.936,95€.
2. Com o Fundo Partilhar com Esperança
– Entregamos a diversas famílias um total de 38.565,38€.
– Destes 95% foram para apoio à habitação. São muitos os pedidos de ajuda para pagamento de rendas.
– Para apoio à Vítima de Violência Doméstica entregamos 2.732,52€.
– Muitas mais respostas foram dadas perante os problemas que vão surgindo.
Resumindo, a Arquidiocese recebeu do Contributo Penitencial 117.462,31€ e gastou nos dois destinos 158.502,33€. Isto demonstra que a Arquidiocese, atendendo a este momento de obras em Ocua, gastou 41.040,02€.
Com a generosidade de todos os cristãos e o empenho das comunidades – a quem se agradece – continuaremos a viver esta responsabilidade missionária e social. Saibamos compreender o verdadeiro significado deste gesto tradicionalmente ligado à vivência da Quaresma. Sem nos apercebermos seremos expressão de uma Igreja solicita e atenta às necessidades da população.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
Rua de S. Domingos, 94 B
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