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O Centro Académico de Braga (CAB) levou o público que esteve presente no evento “Canta-me como foi”, na última terça-feira (28) a experenciar uma forma diferente de preparação para a Páscoa ao contar a história da salvação através de várias expressões artísticas.
O encontro aconteceu na Aula Magna da Faculdade de Filosofia, precedido da Eucaristia e jantar na sede do CAB.
“A experiência de contar a história da salvação desta maneira, que combina a arte, a leitura, a dança é um projeto que foi sendo feito e realizado ao longo de vários anos. Primeiro com pequenas tentativas, como simplesmente ler a história da salvação, enquanto alguém desenhava aquilo que ia sendo narrado. Depois foi se juntando a música e a dança”, explicou o padre Miguel Melo, diretor do CBA.
De acordo com o sacerdote, as novas expressões artísticas utilizadas não são apenas para captar a atenção, mas ao longo do tempo foi-se percebendo que “a componente artística fazia com que a história da salvação, que tantas vezes se ouve nos púlpitos das igrejas e na nossa própria oração pessoal, ou na leitura individual, muitas vezes chegam mais fundo quando vem complementada por uma linguagem que sai fora do discursivo” e consegue tocar “os afetos”.
“De facto, Jesus vem para tocar os afetos, porque é aí onde se mudam as vontades. E, portanto, o que pretendemos com o encontro? Não vou dizer que pretendemos mudar os afetos, as vontades das pessoas, mas dar instrumentos ou meios para que o Espírito Santo trabalhe nesse sentido”, afirmou o diretor do CAB.
Durante o evento a história da salvação foi narrada e ilustrada em cinco momentos destacados, a começar pela criação, o jardim do Éden, com Adão e Eva, passando pelos profetas, pela história do povo de Israel ao momento da encarnação, a salvação encarnada em Jesus, com a menção à Última Ceia e a morte do Senhor, e a terminar com a figura de Maria e Maria Madalena. Além das leituras bíblicas, foi usado como base o texto do padre Manuel Cardoso.
Para o padre Miguel, essa imersão no tema proposto, às vésperas da semana da Páscoa, gera “uma uma grande consciência da nossa fé e que, de alguma maneira, a história da salvação é um todo. Não é simplesmente o Natal ou a Páscoa e, portanto, como dizia o Santo Ambrósio, de uma maneira muito simples e intuitiva, o Antigo Testamento é a sede, o Novo Testamento é a água. Se nunca percebeste a sede, não vais desfrutar a água do modo como ela foi entregue.”
“A perspectiva total dá-nos conta de que há um outro agente, que é o Espírito, que trabalha em tudo e em todos e que pode ser que esta história também salpique para mim”, diz ele.
Recheado de momentos de música, canto e dança, o “Canta-me como foi” emocionou os presentes. Para Joana Coelho, que já foi animadora do CAB e participa das atividades sempre que possível, este “momentos como estes ajudam a preparar-nos para o final da Quaresma e o início da semana da Semana Santa de uma forma que não é só teórica. Um Serão como este afeta de maneira muito prática, por assim dizer, os nossos sentidos também, toca-nos nos sentidos e portanto, aproxima-nos também, ou traz-nos para a vida prática aquilo que é a história da salvação”.
Ela destaca que é um caminho entrar no mistério desse tempo de celebrações de uma forma verdadeira. “Que a nossa vida possa também encontrar-se na vida de Jesus e que possamos viver com Ele o seu sofrimento e depois ressuscitar, e deixar que o seu Espírito também habite as nossas vidas. Seria este um aproximar aos sentimentos também que Jesus teve durante durante estes dias”, conclui.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
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