Arquidiocese de Braga -

5 fevereiro 2024

Gualtar guarda e preserva genuinidade da festa dedicada a S. Brás

Fotografia DM

DM - José Carlos Ferreira

Centenas de romeiros continuam a visitar anualmente a antiga matriz da paróquia

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A devoção a S. Brás  que se vive na paróquia de Gualtar, cuja origem se perde na memória do tempo, continou este domingo.

O presidente da Confraria de S. Brás, organização religiosa cujos primeiros estatutos datam de 1694, não tem dúvidas que em Gualtar vivem-se estas festas com originalidade, vindo muitos romeiros de fora da freguesia. Segundo os cálculos de Fernando Freitas, «90 por cento dos romeiros que vêm a Gualtar, vêm todos os anos». Por isso, não hesita em garantir que «há uma devoção muito grande a S. Brás». «É um dos santos por aqui em que as pessoas têm mais devoção. Mesmo no dia do santo, quando calha à semana, por norma, vêm tantos romeiros e devotos como se fosse um domingo», salienta.

A mesma opinião é partilhada pelo pároco de Gualtar, que sublinha que esta devoção ao santo protetor da garganta ultrapassa mesmo as fronteiras da freguesia. «Basta ver na novena que está sempre cheia, sobretudo com gente aqui de Gualtar. Mas nestes dias do fim de semana, ultrapassa Gualtar, porque, de todas estas freguesias circunvizinhas temos pessoas que nos vêm visitar movidas por essa devoção a S. Brás», acrescentou.

O cónego Avelino Amorim sublinha que a Festa de S. Brás, em Gualtar, ao contrário de outras romarias, que têm uma componente musical muito forte, o programa é essencialmente religioso e devocional. «Aqui, as pessoas vêm apenas pela devoção. Esta é a festa religiosa mais ancestral», garante.

Aos jornalistas, o pároco de Gualtar salientou igualmente a atualidade da mensagem de S. Brás na sociedade onde vivemos e na Igreja em que participamos. 

Segundo realçou, S. Brás, antes da sua santidade, era médico, atento aos outros, sendo que hoje todos somos chamados a cuidar do outro. Por outro lado, acrescentou, a dimensão de ecologia presente em S. Brás, sobretudo na sua vida de ermita, faz hoje todo o sentido numa sociedade incentivada a tomar conta da Casa Comum. Outro tema considerado atual pelo cónego Avelino Amorim, até pelo facto de se ter iniciado ontem a visita pastoral ao arciprestado de Braga, é o facto da fé de S. Brás passar pela dimensão de ser discípulo. «Não é apenas a crença em alguns conceitos, ou o seguimento de algumas normas ou tradições, mas a fé é sobretudo esta dimensão de ser discípulo de Jesus», salientou.

 

Crianças da catequese de Gualtar encenaram vida e martírio de S. Brás


A encenação do Auto de S. Brás pelos alunos do 4.ºe 5.º anos da catequese da paróquia de Gualtar levou este sábado muitas pessoas até ao Centro Paroquial.

A paróquia celebrou este fim de semana o santo advogado das doenças da garganta e este foi um dos pontos altos da programação.

Nesta encenação, as crianças recordaram a vida de S. Brás nascido na cidade de Sebaste, na Arménia, cerca do ano 260.

Reza sua história que um dia uma mãe recorreu a S. Brás porque o filho tinha um espinho cravado na garganta e estava quase a morrer. O santo rezou, olhou para o céu e, de seguida, fez um sinal da cruz na garganta do menino, que ficou de imediato, milagrosamente, curado. 

Por isso, S. Brás é invocado para, por  sua intercessão, serem curados os males de gargante.

S. Brás, já depois de se tornar bispo e de sofrer muitas perseguições pela sua devoção a Deus, foi morto degolado no dia 3 de fevereiro de 316.

«É uma catequese viva e que permite a todos, independentemente de um maior ou menor conhecimento ou formação religiosa ou teológica, ter a possibilidade de olhar
S. Brás como um modelo de vida», referiu o Cónego Avelino Amorim, pároco de Gualtar.

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