Arquidiocese de Braga -

29 julho 2013

PASSEIO DO CLERO DE VILA VERDE

Fotografia

Padre Manuel Rodrigues

O clero de Vila Verde realizou, no passado dia 9 de julho, um passeio até à Guarda, acompanhado pelo Bispo auxiliar D. António Moiteiro.

\n


Pelas 7h00, do dia 9 de Julho, partimos de junto do Santuário do Alivio, em número de 20, todos os sacerdotes do arciprestado, acompanhados de D. António Moiteiro, que programou a viagem e serviu de guia, para terras, dele bem conhecidas, pois é natural da diocese da Guarda e foi pároco da Sé Catedral. A primeira paragem foi na A 1, em Antuã. Dali seguimos até à cidade da Guarda. Chegados lá, demos início à visita da cidade, povoada por D. Sancho I que para lá fez trasladar a sede da Diocese. Aberta a porta da Sé, D. António, bem conhecedor da Casa, tudo foi explicando. Que se tratava de um imponente edifício com duas torres octogonais, começado em estilo Gótico por ordem de D. João I, em 1390, e terminada em Manuelino, no século XVI. Os mais corajosos subiram as 77 escadas até ao terraço, para do alto desfrutar uma bela vista geral da cidade. Visitamos a Igreja de S. Vicente, recentemente restaurada. Vimos o grandioso Paço Episcopal, os Paços do Concelho e o Seminário, tudo em pedra trabalhada, bem como a capela românica de Mileu, e muitas outras coisas sobre a cidade onde o rei D Dinis e S. Isabel passaram os meses de Julho e Agosto de 1282, pouco depois de casados, D. Fernando procurou cura para a doença pulmonar que o afligia, D. Afonso V, o Africano, em 1465, acompanhado de sua irmã Joana, reuniu as Cortes.

Servido um bom almoço no Centro Apostólico, lugar onde fixámos residência, fomos visitar a Vila de Almeida, a mais bem fortificada fortaleza, não só das Beiras como de Portugal, pois era uma das principais entradas de tropas estrangeiras em Portugal. Aqui se travaram renhidos combates com muçulmanos, espanhóis e franceses. Por aqui ficaram alguns soldados de Junot, comandante da 1ª invasão, até serem expulsos pelo improvisado exército popular, comandado pelo clero que os cercou ao longe, distante do alcance dos seus canhões e sobretudo a 3ª, que causou muitas mortes e destruição, com a explosão acidental do paiol da pólvora. Visitamos o Museu militar nas Casas Matas, um dos mais bem recheados de Portugal, com armas das mais antigas até canhões da 1ª guerra mundial. Nos átrios vê-se o protótipo de um cavaleiro e soldados fardados à moda da época.

De seguida, partimos para terras de Espanha à procura de Ciudad Rodrigo. D. António foi dizendo que era uma cidade que conservava o aspecto Medieval e não aceitavam modernidades no meio das antiguidades. Visitamos a Sé Catedral, muito bem conservada e restaurada, que uma simpática Guia Local foi mostrando e explicando. Chamou-nos a atenção o coro com cadeiral apoiado em excêntricas figuras e o majestoso Órgão de Tubos, ricamente ornamentado. Depois de um passeio pedestre e tiradas algumas fotos, entramos no autocarro, que nos levou a um restaurante dos arrabaldes, onde tivemos como jantar um bom churrasco, acompanhado de salada e vinho da região. Regressados ao Centro Apostólico da Guarda, alguns ficaram no centro da cidade, enquanto outros foram directos para os quartos.

Eram 8h quando os mais sonolentos foram despertados pelo forte badalar de uma campainha. Servido um abundante, delicioso e variado pequeno-almoço, dali fomos até Belmonte – do latim belli monte - monte da guerra, tantas foram as lutas que por ali se travaram pela posse dessas produtivas terras, onde ainda existe uma pequena comunidade judaica, com cemitério próprio. Vimos o Museu Judaico, muito bem organizado, num prédio em granito, muito bem restaurado. Entramos na Sinagoga, onde Judeus ortodoxos conservam os mesmos ritos e costumes do tempo de Cristo e S. Paulo e onde é obrigatório pôr minúsculo chapéu de pano ligado por 2 agrafos, chamado kipá. Visitamos a antiga Igreja Paroquial, dedicada a S. Tiago, e sala lateral onde estão os restos mortais do Descobridor do Brasil Pedro Alvares Cabral e outros seus familiares, junto às ruínas do Castelo e Solar de Fernão Cabral, pai do grande navegador. Dali partimos em direcção à Covilhã, onde, além de outros manjares: queijo típico, fruta, doçaria, nos foi servida uma bem preparada feijoada com cabrito assado, bom vinho, café e digestivo bagaço. Vimos a cidade universitária, com o grandioso edifício feito de novo para a Escola de Medicina, no tempo do primeiro ministro António Guterres, que é natural destes lados, e as outras faculdades em antigas fabricas têxteis adaptadas e que trouxeram para a cidade, grande desenvolvimento. Numa colina bem vistosa está uma enorme torre que nunca foi habitada. Subimos a Serra da Estrela até á Torre. Depois de pequena Paragem, voltamos a fazê-lo em Nelas, sede de um pequeno Concelho com 6 freguesias, na margem direita do Mondego, com muitas vinhas do apreciado vinho Dão. Ao entardecer estávamos no ponto de Partida – Senhora do Alivio. Depois de dois dias bem passados na Companhia do D. António Moiteiro que corresponde ao perfil de um bispo, traçado pelo Papa Francisco: manso, paciente, próximo das pessoas e desprovido de qualquer psicologia de príncipe.