Arquidiocese de Braga -

“A minha visita é, antes de mais, uma visita fraterna e também para agradecer a Arquidiocese de Braga pela colaboração que existe com esta igreja irmã, sobretudo no que diz respeito à educação, à formação e também à saúde na Guiné-Bissau, concretamente”, afirmou o Bispo eleito de Bafatá, D. Frei Victor Luís Quematcha, que esteve em Braga no último fim de semana.

No domingo, dia 27 de abril, realizou-se, no Paço Arquiepiscopal, um encontro que reuniu D. Victor e o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, juntamente com o Bispo Auxiliar, D. Delfim Gomes. Também participaram o Pe. Jorge Vilaça e Sara Poças, do Centro Missionário Arquidiocesano de Braga (CMAB), assim como o Pe. Francisco Fernandes, sacerdote diocesano de Bafatá, que está a fazer o doutoramento em filosofia na UCP Braga, e o Frei Galiano Lima Oliveira OFM, sacerdote guineense a fazer o mestrado em filosofia na UCP Braga. 

“É com enorme alegria e esperança que acolhemos o D. Victor, o bispo eleito da Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau, onde estive recentemente de visita”, disse D. José. 

Para o arcebispo, “este é o modo mais concreto de estabelecermos a proximidade numa relação fraterna e de cooperação recíproca”. 

“Juntos, vamos encontrar a melhor forma de cooperarmos, de modo especial, na formação, na partilha pastoral e económica, mas, sobretudo, nesta comunhão efectiva e efectiva de juntos continuarmos a percorrer este caminho de esperança, ao serviço do Evangelho, ao serviço do bem comum e da dignidade da pessoa humana”, afirmou D. José.

Neste encontro, as partilhas fraternais estiveram focadas na forma como as duas dioceses podem concretizar a cooperação missionária.

Sara Poças destacou a importância e o “ardor missionário da jovem diocese da Guiné-Bissau”.

O encontro terminou com um jantar com o Cônsul Honorário da Guiné-Bissau no Porto, Dr. José Manuel Pavão, em que foi celebrado também o aniversário do D. Victor Luís, que completou 58 anos.

“Sois todos irmãos” é o lema de D. Victor

O bispo eleito será ordenado no dia 28 de junho e tomará posse em seguida. O lema do bispado foi tirado do Evangelho de São Mateus, capítulo 23, versículo 8: “Sois todos irmãos”. Segundo o bispo eleito de Bafatá, a escolha é “precisamente para manifestar essa fraternidade que deve existir entre os homens, independentemente da nossa origem e da nossa raça, ou então na nossa religião, vivendo no meio dos muçulmanos e dos praticantes da religião tradicional, a Igreja quer neste momento dizer a todos que somos todos irmãos, porque temos um único Deus que é nosso Pai”.

Ao falar do trabalho em Bafatá, D. Victor enfatizou que, tendo em conta a realidade local, “a nossa Igreja tem o dever de anunciar a Boa Nova ao povo guineense, porque temos uma boa parte da população que não conhece ainda a pessoa de Jesus Cristo”. E destacou também um outro aspeto, ou dimensão desta missão, que é “o diálogo inter-religioso, considerando que uma boa parte da população é muçulmana. De um lado é o anúncio do Evangelho e de outro é o diálogo inter-religioso com os nossos irmãos muçulmanos e também o ecumenismo, com as outras confissões religiosas cristãs”.