Arquidiocese de Braga -

31 julho 2025

Jovens de Braga e Portugal unidos por uma Igreja mais intergeracional

Fotografia DR

DM - Joaquim Martins Fernandes

Os 1100 jovens da Arquidiocese de Braga juntaram-se ontem aos mais de 11 mil enviados de todas as dioceses portuguesas que peregrinam ao Jubileu dos Jovens para pedirem «uma Igreja mais aberta, mais próxima e mais intergeracional».

Nas duas eucaristias celebradas na Basílica de São Paulo Extramuros, no dia em que o Jubileu dos Jovens foi especialmente reservado aos peregrinos portugueses, a juventude portuguesa ergueu a voz num gesto simbólico e coletivo, apresentando o manifesto “Uma Juventude em Manifesto – Geração Lisboa 23. Roma 25. Seul 27”. 

Conforme destacou o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) da Conferência Episcopal Portuguesa, o documento apresentado ontem em Roma é uma evolução natural do caminho que está a ser vivido desde a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023. «Este manifesto é expressão de uma juventude comprometida com a fé, com o cuidado da Casa Comum, com a paz e com uma Igreja mais aberta, próxima e intergeracional», disse o DNPJ, acrescentando que os mais de 11 mil jovens portugueses em peregrinação ao Jubileu dos Jovens uniu-se «para lançar palavras de compromisso e esperança na casa do apóstolo Paulo, símbolo de missão e de coragem».

«Queremos ser geração de paz: nos gestos, nas palavras, nos ambientes digitais e nos lugares esquecidos. Acreditamos numa paz feita de justiça, amizade social e cuidado mútuo. Não nos conformamos com a guerra em lado nenhum - nem no mundo, nem dentro de nós. A nossa bandeira é o acolhimento, o nosso grito é a reconciliação», assume a “juventude do Papa” no documento apresentado no “coração” da Igreja Católica. 

Os jovens deixaram claro que acreditam «numa Igreja com voz jovem, capaz de escutar e aprender, de sair e arriscar» e que querem ser inovadores. «Como São Paulo, não ficamos onde estamos – atravessamos muros, rasgamos horizontes, levamos a esperança até onde ela não chega», sublinharam, assumindo a missão como «um estilo de vida aberto, corajoso, criativo e comprometido».

O compromisso que os jovens peregrinos portugueses levaram a Roma foi assumido de forma convicta pelos jovens peregrinos de Braga. José Fontes, do Grupo de Jovens da Aguçadoura, Póvoa de Varzim, garantiu ao Diário do Minho que a experiência do Jubileu dos Jovens  dá um novo sentido a uma realidade que parecia estranha. «Estar a participar nestas atividades, estar com os outros, trocar experiências com pessoas de outros países faz com que tudo comece a fazer sentido e a encaixar».

O jovem que está a liderar o grupo da Aguçadoura vinca que estar na Praça de São Pedro «faz toda a diferença». «Na Eucaristia de Acolhimento, celebrada esta terça-feira, fiquei bastante emocionado e senti que realmente vale toda a pena, muda-nos. Vivemos uma experiência inesquecível e que muda a nossa fé», sublinhou, destacando que «estar no Jubileu dos Jovens e sentir todo este ambiente envolvente, desperta-nos para uma maior atenção, sobretudo ao outro». 

O sentimento quase inexplicável que os jovens bracarenses vivem no Jubileu é também partilhado pelos menos jovens que integram a delegação de Braga. O casal Filipe Marques e Sandra Marques, do Grupo de Jovens de Figueiredo, Braga, testemunhou que em Roma está a viver-se «uma coisa transformadora». 

«A JMJ Lisboa 2023 já foi qualquer coisa. Mas estar aqui acho que é transformador mesmo. Sente-se que há qualquer coisa, que está a delinear o nosso caminho, mas no bom sentido», disse o casal, que também está no Jubileu a celebrar 25 anos de o casamento.