Arquidiocese de Braga -
5 novembro 2025
Encontro Ibérico das Comissões Episcopais de Comunicação Social
Assessoria de comunicação da CEP
Comunicado final
Os bispos das Comissões de Comunicação Social das Conferências Episcopais de Portugal e de Espanha, reunidos no Funchal (Madeira) de 3 a 5 de novembro, refletiram sobre o tema da linguagem na comunicação eclesial.
Participaram neste encontro os bispos da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais de Portugal – D. Nuno Brás, D. Fernando Paiva, D. Pio Alves, D. Delfim Gomes e D. Joaquim Dionísio -, e os bispos da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais de Espanha – D. José Manuel Lorca, D. Salvador Giménez Valls, D. Sebastián Taltavull e D. Cristóbal Déniz -, e os secretários das duas comissões episcopais, Paulo Rocha e padre José Gabriel Vera, respetivamente.
Nesta reflexão, contaram com a presença e experiência de Gil Rosa, subdiretor da RTP Madeira, e de Cristina Sánchez Aguilar, diretora do semanário espanhol Alfa y Omega. A partir do trabalho e do diálogo destes dias, as Comissões de Comunicação Social apresentam as seguintes reflexões:
- A linguagem da Igreja deve ser clara para a opinião pública, próxima da vida quotidiana das pessoas e oferecer respostas às perguntas do homem e da mulher de hoje. Sem abandonar o rigor e a verdade, é por vezes necessário modelar a precisão em favor da difusão da mensagem eclesial.
- Informar é o único caminho para combater a desinformação. A comunicação não é uma estratégia: é uma forma de presença. Não é um adorno: é parte essencial da missão. Comunicar é tornar visível o Amor de Deus no mundo, é usar a palavra para dar a conhecer a Palavra.
- A linguagem muda constantemente: as palavras transformam-se, os códigos renovam-se, os formatos multiplicam-se. A Igreja deve falar a linguagem que todos compreendem, utilizando todos os meios de comunicação disponíveis, os mais conhecidos e também aqueles que, nos últimos anos, se incorporaram na atividade comunicativa. Nenhum meio deve ser descartado pela Igreja.
- Não basta comunicar. É necessário encarnar a mensagem na própria vida e, assim, estabelecer relações pessoais de colaboração e serviço com todos os que desejam construir o bem comum. A comunicação eclesial não pode ser apenas institucional, mas também relacional. O Papa Leão XIV pede-o ao propor uma Jornada Mundial das Comunicações Sociais com o tema “Preservar vozes e rostos humanos”.
- Comunicar é escutar, acompanhar e partilhar vida e implica ser, como nos diz o Papa, “sábio leitor da realidade”. O papel dos meios de comunicação é o de escrutinar as instituições - também a Igreja Católica -, tarefa que se realiza através da informação sobre a verdade e do debate com os seus protagonistas. Procurar o encontro com os meios de comunicação é um serviço da Igreja à verdade.
- A comunicação hoje exige profissionalismo: formação, estratégia, sensibilidade jornalística e conhecimento do ambiente digital, sem esquecer o desafio que representa a Inteligência Artificial.
A reflexão destes dias leva-nos também a reconhecer e agradecer os passos dados para cuidar a linguagem da Igreja: hoje há maior presença da Igreja nos meios generalistas, mais esforço na formação para a comunicação, mais vozes femininas e mais leigos comprometidos nesta missão. O caminho não terminou, mas os passos dados são motivo de esperança.
Ao concluir os nossos trabalhos, queremos agradecer o acolhimento da Diocese do Funchal. Levamos no coração a amabilidade e a fé enraizada do seu povo, e a beleza desta Ilha.
Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais
Comisión Episcopal para las Comunicaciones Sociales
Funchal, 5 de novembro de 2025
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