Arquidiocese de Braga -

17 julho 2019

Bispos das Filipinas realçam “imperativo" cristão de "salvaguardar a Casa Comum"

Fotografia Markus Spiske on Unsplash

DACS com Agência Ecclesia

Documento chama-se “Um alerta urgente para a conversão ecológica e esperança face a uma emergência climática"

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A Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas dedicou uma carta pastoral às alterações climáticas e apela à implementação de acções concretas que invertam o ciclo de devastação do planeta.

No documento, intitulado “Um alerta urgente para a conversão ecológica e esperança face a uma emergência climática”, os bispos filipinos desafiam as comunidades a uma “conversão ecológica” e a serem capazes de “escutar o grito da Terra e dos mais pobres e a agirem juntos para mitigar os efeitos nocivos das alterações climáticas”.

“Dada a elevada taxa de pobreza nas Filipinas, a necessidade de cuidar do ambiente é fundamental. Pobreza e degradação ambiental são dois pólos que se reforçam mutuamente”, frisa o presidente, o arcebispo Romulo Valles.

Dividida em oito partes, a carta enumera várias práticas que persistem no território das Filipinas e que ameaçam o equilíbrio ambiental e humano como a “actividade mineira irresponsável, a construção de barragens, e a crescente dependência da energia baseada em combustíveis fosseis, como o carvão”.

“Vários estudos indicam que as Filipinas são um dos territórios mais vulneráveis às alterações climáticas”, realça D. Romulo Valles, para quem é essencial “activar a acção climática em nome do planeta” e também “em nome de todos quantos não têm voz” no mundo.

Desenvestimento em “energias sujas” tem de ser “encorajado”

Os bispos católicos não omitem a responsabilidade da Igreja Católica nesta matéria, mas pedem que também as instituições católicas retirem o seu investimento de projectos relacionados com o uso de “energias sujas”, como “centrais elétricas impulsionadas a carvão, as companhias mineiras e outros projectos destrutivos deste género”.

“O desinvestimento desde género de projectos tem de ser encorajado”.

Os responsáveis da Igreja filipina destacam a urgência de procurar “uma vida mais simples”, de “minimizar o consumo” e de “promover activamente a consciencialização ecológica”, afastando tudo aquilo que possa implicar “desperdício” e “minimizando o uso do plástico e do papel”.

Realçam também a importância da “transição para formas de energia mais sustentáveis, seguras, limpas e renováveis, como a energia solar”.

Na base da carta pastoral está a encíclica Laudato si', que o Papa Francisco dedicou em 2015 às questões ecológicas, um documento que os bispos asiáticos esperam que possa ser “incluído no currículo e nos planos estratégicos de todas as escolas católicas, assim como em seminários e em formações religiosas”.

“Temos o imperativo moral de agir juntos e de forma decisiva de modo a salvaguardarmos a nossa casa comum. Trata-se de uma responsabilidade e de um dever de todos os cristãos”, referem os responsáveis católicos das Filipinas.

A carta pastoral é a oitava de uma série de textos que a Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas já dedicou à questão do ambiente, nos últimos 30 anos.

O primeiro documento, datado de 1988, tinha como título ‘O que é que está a acontecer à nossa linda Terra?’.